Os métodos atualmente empregados para detectar a adulteração de proteína do soro do leite bovino (whey protein) são demorados, dependem
Os métodos atualmente empregados para detectar a adulteração de proteína do soro do leite bovino (whey protein) são demorados, dependem de reagentes e exigem mão de obra especializada. Neste trabalho, propomos a utilização da espectroscopia de infravermelho com reflectância total atenuada (ATR-FTIR), aliada à análise multivariada de dados, como um método de triagem para detectar adulteração no whey protein. Na análise dos espectros, as bandas de Amida I (∼1550 cm-1) e Amida II (∼1650 cm-1), características de proteínas, apresentaram intensidades de absorbância decrescentes à medida que o adulterante foi adicionado. Foram desenvolvidos modelos de predição utilizando o método de regressão por mínimos quadrados parciais (PLS). Três modelos foram construídos com uma marca diferente de whey protein cada, além de um quarto modelo com a combinação de todas as marcas. Os modelos apresentaram altos coeficientes de determinação (>0,94) e baixos erros médios (< 0,71 g/30g) para o conjunto validação externa. Em seguida, testes de predição foram conduzidos com novas amostras, adulteradas de forma aleatória, não utilizadas na construção e validação, para verificar a aplicabilidade dos modelos. Estes testes apresentaram boas predições acerca do conteúdo proteico das amostras. Já o modelo construído com a combinação de todas as marcas demonstrou ser representativo, uma vez que foi capaz de prever amostras independente da marca, sabor e tipo de whey protein adulterado, com um erro quadrático médio de 0,46 g/30g e variações de predição de 1,47 a 15,24%. Concluímos, portanto, que a espectroscopia ATR-FTIR, associada à análise multivariada de dados, pode ser empregada de forma auxiliar aos métodos tradicionais na triagem de identificação de whey protein adulterado, de maneira muito mais rápida (< 3 min por amostra), com bom custo-benefício e sem a necessidade de reagentes.